A Nosso Senhor Jesus Christo Com Actos
de Arrependido e Suspiros de Amor
Gregório de Mattos
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pertendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.
AO MESMO ASSUMPTO E NA MESMA OCCASIÃO.
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pertendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.
AO MESMO ASSUMPTO E NA MESMA OCCASIÃO.
Gregorio de Matos
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
de vossa alta clemência me despido;
porque quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado
.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido,
vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma orelha perdida e já cobrada,
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,
eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha a vossa glória.
DAS RAZÕES PORQUE OS BAIANOS
MIJAM PELAS RUAS DA URBI
Gregório de Mattos
Gregório de Mattos
Um certo Manoel Ferreira
Oriundo de Lisboa
Gran fidalgo da Coroa
Moço de cheia algibeira
Vivia a gabar-se à-toa.
Afirmava que seu malho
Se arreitado como um galho
Medido do pé à ponta
Quando o culhão se desconta
Dá dois palmos de caralho
Mas uma Luiza Benta
Tendo sido desprezada
Por Ferreira e mal-fadada
Uma peçonha inventa.
Diz que a pica tão gabada
Perecia seu mindinho
Que o troço pequenininho
Nem no cono se sentia
Que só tinha u’a serventia
Comer cú de passarinho.
O Ferreira ultrajado
Passou na rua a mijar
Intentando recobrar
Ao exibir o cajado
Sua fama de além-mar.
E se as damas gostaram
Os homens o imitaram
E até hoje na Bahia
Mostrar o pau é mania.
Os baianos não reparam.
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