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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Á Carlos Marighella - Ana Montenegro

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Á Carlos Marighella 
Ana Montenegro
Berlim,outono 1969

Em seu enterro não havia velas:
Como acendê-las, sem a luz do dia?

Em seu enterro não havia flores:
Onde colhê-las, nessa manha fria?

Em seu enterro não havia povo:
Como encontrá-lo, nessa rua vazia?

Em seu enterro não havia gestos:
Parada inerte a minha mão jazia.

Em seu enterro não havia vozes:
Sob censura estavam as salmodias.

Mas luz, e flor, e povo, e canto
responderão “presente”, chegada
a primavera mesmo que tardia!

Fonte:
discurso pronunciado pelo Deputado Luiz Leal, em sessão especial de homenagem
à Carlos Marighella. Convite impresso,pora colocação da lápide,na Quinta dos
Lázaros.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Sigmund Freud

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AVATAR - Imagens recorrentes

"Uma das imagens recorrentes em Avatar é a dos personagens abrindo os olhos. Há sempre alguém acordando no filme. A mensagem subliminar é que a sociedade precisa acordar para os problemas ambientais"

JAMES CAMERON

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Terra é Azul ! - Faz 50 anos esta frase e 42 de conquista da Lua


12 de abril de 2011
A TERRA É AZUL !

Há 50 anos atrás, o cosmonauta russo,Yuri Alekseyevich Gagarin, de dentro da sua capsula espacial, Vostok 1, deu-nos de presente uma idéia simples, mas emocionante, de como era o planeta terra, visto do espaço sideral. 

Sua frase será eterna, hoje, dia 12 de abril de 2011, faz 50 anos que Yuri Gagarin anunciava ao mundo:

                             - A terra é azul!

Estes fatos acabam no esquecimento da maioria dos terraqueos,principalmente daqueles que não tem a menor idéia do que estas poucas palavras significaram. 

Daí em diante sabiamos que a terra era azul, mas ainda não tinhamos visto uma foto do nosso planeta retratando o que Yuri Gagarin anunciou ao mundo.

Em 20 de julho de 1969 a nave Apolo 11 nos brindou com fotos da conquista lunar e de fotos do planeta Terra confirmando o que Yuri Gagarin já tinha visto e anunciado. 

Meu pai sempre entusiasmado com os avanços científicos, trouxe pra casa, como de hábito, diversas revistas, dentre as quais, recordo, A Manchete, O Cruzeiro, Veja, Realidade, Fatos e Fotos, além dos jornais locais, do Rio e de São Paulo, comprados na Banca de Revista de "Careca", na Praça Municipal... Creio que as melhores fotos foram publicadas na Manchete, dos irmãos Bloch.. 

Foram duas duas conquistas extraordinárias e emocionantes; duas emoções distintas que convergiam para uma mesma constatação: A TERRA ERA MESMO AZUL ! 


Naqueles anos, em que a corrida espacial levou o homem a pisar na lua, aqui na terra regimes democráticos estavam sendo arruinados e as ditaduras militares assumiam o poder de diversas nações, governando povos sob o manto falso da democracia e da liberdade que rege o mundo capitalista. Sem discussões ideológicas !

Era tempo da "guerra fria". Tempos em que CIA E KGB nos conduzia ao mundo das teorias conspiratórias.

Caetano estava preso, sacaneado, sequer sabia a razão de estar encarcerado. Rasparam-lhe a cabeleira subversiva, esteticamente subversiva à "La" Black Power. 


Os militares deviam acha-lo um lunático, mas era apenas um ser humano, com pensamentos e idéias, ainda que enjaulado. Sua irmã, Betânia e sua mulher, Dedé, fizeram de tudo para ve-lo livre. Antes de ser solto, sua mulher levou até ele o exemplar de uma revista que exibia as "tais fotografias" que o inspirariam a compor TERRA.

O contexto era esse: guerra fria, luta armada, muita gente num rabo de foguete, outras tantas torturadas
e outras tantas desaparecidas. O mundo parecia controlado por duas potências políticamente opostas, 
De um lado os Estados Unidos (EEUU) e do outro a União das Republicas Socialistas Sovieticas (URSS).
Era o capitalismo e o comunismo regulando o mundo. Estes dois pessos pesados interferiam em tudo que
lhes disesse respeito. A  CIA vinha desestabilizando regimes democráticos, para implantação 
de ditaduras militares, em franca contradição com o discurso americano, sempre cheirando liberdade e democracia, enquanto na prática tudo é tão diferente. Falsas ilusões...Falsos valores

Não temos mais "guerra fria" e o discurso anti-soviético perdeu o sentido, mais ainda temos parecidos vietnames. Os EUA se transformaram em regente do mundo na era Bush, com a vã filosofia de implantação de uma nova ordem mundial, onde os mandatarios do mundo, chefes soberanos da terra, seria um punhado de capitalistas, da confraria Illuminat. Quiça, Barack Obama mude tal concepção e deixe um mundo em paz.


Tomara que o complexo industrial militar não conduza mais o povo norte americano para guerras sujas. 


Para combater o terrorismo não é necessário declarar guerra, mas usar a inteligência.

Vou tentar colocar a imagem da terra, vista por Caetano quando se encontrava preso:







Terra
Composição: Caetano Veloso

Quando eu me encontrava preso
Na cela de uma cadeia
Foi que vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim coberta de nuvens...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

Ninguém supõe a morena
Dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema
Mando um abraço prá ti
Pequenina como se eu fosse
O saudoso poeta
E fosses a Paraíba...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

Eu estou apaixonado
Por uma menina terra
Signo de elemento terra
Do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza
Terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

Eu sou um leão de fogo
Sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente
E de nada valeria
Acontecer de eu ser gente
E gente é outra alegria
Diferente das estrelas...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

De onde nem tempo, nem espaço
Que a força mãe dê coragem
Prá gente te dar carinho
Durante toda a viagem
Que realizas do nada
Através do qual carregas
O nome da tua carne...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...

Na sacada dos sobrados
Da velha são Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Terra!





domingo, 25 de abril de 2010

Travessia - Milton Nascimento


Travessia
Composição: Milton Nascimento / Fernando Brant

Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar


Naquele tempo - continuação do texto escrito mais abaixo

Continuação do texto Razão de ser deste Blog:

Tempos bons em que as meninas usavam saias e vestidos... depois veio a moda feminista das calças. 

É bonito ver mulher vestida com vestido, como era salutar ver aquelas garotas atrevidas - para a época - usando minissaias. Se as grã finas soubessem como ficam apetitosas usando vestidinhos de chita barata, poderiam utilizar este recurso. Prá seduzir não precisa ser chic, basta ter charme pra derramar e um toque mágico de feminilidade pra irradiar, com o corpo, com a alma, com a malemolência e o remeleixo natural.

É bom recordar garotas que exalavam uma energia doce, com simples fragrância de sensualidade. 

Essas meninas, "fina estampa", com um gingado gostoso e tão feminino, levava ao delírio e só podíamos mesmo naquilo. Mas não era assim que funcionava e o jeito era afogar o ganso pra aliviar o tesão, na primeira oportunidade.

Como é bom lembrar aquela minha mania de sair de finiho da sala de aula pra ficar, escondidinho, vendo aquelas três "minas" conversando, enquanto o vento batia nas minisaisas plissadas, cor azul marinho, levantando-as e revelando o pedaço de bom caminho que elas aparentavam esconder. Quase todas vestiam calcinhas brancas, tipo "omo total". 

Minha inocência era tão grande que não sei explicar a razão dela ainda existir dentro de mim. É como o ciúme e a ternura, que sentimos e não sabemos explicar. 

Como esquecer daquelas "mocinhas, inocentes, quanto este prosador,  que circulavam pelo pátio do extinto Sophia Costa Pinto? Era um harém, que dava enorme prazer. Cheias de charme e graça, aquelas garotinhas tiravam meu sossego e me deixavam apalermado e cheio de desejos. Ficava babando que nem um guri sedento e faminto, diante de tanta carne de primeira.  Que saudade do Colégia de D. Ieda Barradas!

O lance eram os lances. Não precisavamos de camisinha... ainda não existia o Le Royale.... 

Guardo boas recordações dos lugares por onde andei e este blog me faz bem. 

Acho que escrevi demais, né?...não é a lembrança, parece ser o princípio do prazer... não sei, pode ser e pode não ser, pouco importa.. 

Efim, este texto foi elaborado, momentâneamente, sem os rigores de quem aspira ser um literato. Não fiz qualquer tipo de revisão. Faça isso por mim !

Meu pensamento é mais rápido que meus dedos... acompanhar o pensamento, enquanto cato milho, fica dificil.

Então tá, escrevi o que não devia e depois altero o que escrevi, de extra-confidencial, embora tudo seja verdadeiro e eterno como sempre.  

Perdoem-me os erros e exageros! 

Agora, PSIU.

Fui !

Nossa Canção - Luis Ayrão

Nossa Canção
Composição: Luiz Ayrão
Olha aqui
Preste atenção
Essa é a Nossa Canção
Vou cantá-la seja aonde for
Para nunca esquecer
O nosso Amor
O nosso Amor...
Veja bem, foi você
A razão e o porquê
De nascer esta canção assim
Pois você é o amor
Que existe em mim...
Você partiu
E me deixou
Nunca mais você voltou
Prá me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa Nossa Canção!...
Hum Hum Hum!
Hum Hum Hum Hum!
Hum Hum Hum! Hum Hum Hum!
Larara! Larara!
Larara!
Veja bem, foi você
A razão e o porquê
De nascer esta canção assim
Pois você é o amor
Que existe em mim...
Você partiu
E me deixou
Nunca mais você voltou
Prá me tirar da solidão
E até você voltar
Meu bem eu vou cantar
Essa Nossa Canção!...

Frisson - Roupa Nova

FRISSON

MEU CORAÇAO PULOU
VOCÊ CHEGOU E ME DEIXOU ASSIM
COM OS PÉS FORA DO CHÂO
PENSEI QUE BOM PARECE ENFIM ACORDEI
PRA RENOVAR MEU SER
FALTAVA MESMO CHEGAR VOCÊ
ASSIM SEM AVISAR
PRA ACELERAR UM CORAÇAO QUE JA BATE POUCO
DE TANTO PROCURAR POR OUTRO
ANDA CANSADO
MAS QUANDO VOCE ESTA DO LADO
FICA LOUCO DE SATISFAÇÃO
SOLIDÂO NUNCA MAS
VOCE CAIU DO CÉU
UM ANJO LINDO QUE APARECEU
COM OLHOS DE CRISTAL
ME ENFEITIÇOU EU NUNCA VI NADA IGUAL
DE REPENTE VOCE SURGIU NA MINHA FRENTE
LUZ CINTILANTE
ESTRELA EM FORMA DE GENTE
INVASORA DO PLANETA AMOR
VOCÊ ME CONQUISTOU
ME OLHA
ME TOCA
ME FAZ SENTIR
QUE É HORA, AGORA
DA GENTE IR
VOCE CAIU DO CÉU
UN ANJO LINDO QUE APARECEU
COM OLHOS DE CRISTAL
ME ENFEITIÇOU
EU NUNCA VI NADA IGUAL
DE REPENTE
VOCE SURGIU NA MINHA FRENTE
LUZ CINTILANTE
ESTRELA EM FORMA DE GENTE
INVASORA DO PLANETA AMOR
VOCE ME CONQUISTOU
ME OLHA
ME TOCA
ME FAZ SENTIR
QUE HORA,AGORA
DA GENTE IR
ME OLHA
ME TOCA
ME FAZ SENTIR
QUE HORA ,AGORA
DA GENTE IR.
Fuente: musica.com

Pintalainha - Brincadeira infantil - Incompleta


    PINTALAINHA
    Pintalainha de canavitinha
    Pintou na barra de 25
    Mingorra, mingorra de cantiforra
    Tira esta mão que já está forra
    Pintalainha de canavitinha
    Pintou na barra de 25
    Mingorra, mingorra de cantiforra
    Tira esta mão que já está forra

Sua Majestade o Neném _ Autoria ?

Lembrei de uma musiquinha que ouvia quando tinha uns 5 anos de idade e que não me saiu da cabeça. Pesquisei e achei um post de Luciana Sales, no link indicado acima e cuja letra a Luciana me fez recordar:


"Sua majestade o neném"


Silêncio, que ele está dormindo,
Veja como é lindo,Sua majestade o neném.


Parece com o papai, ou com a mamãe também,
Parece com a vovó? 
Não, Não, Não.
Não se parece com ninguém.


Ele é, tão lindo é.
Sua majestade o neném!!!!!!


A casa já tem novo dono
Um novo Rei no trono
Sua majestade o Neném... 


Silêncio..............

sábado, 24 de abril de 2010

Preocupação de um Líder


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A razão de ser deste Blog, ou minhas razões desarrazoadas

Existem lembranças e recordações dentro da gente que se eternizaram. 
Não é apenas a dúvida que se petrifica dentro da gente, mas os bons 
momentos vividos desde a infância até chegarmos aos tempos atuais. 

Estas coisas belas que se eternizaram, dentro de mim, é a razão de ser 
deste blog, mas eu gostaria que este blog não fosse meu, mas de todos 
os que guardam lembranças que considerem, igualmente, eternas em 
suas vidas. 

Tenho recordações múltiplas da minha vivência escolar. Lembro que
 minha iniciação, nas primeiras letras, quando se ensinava o beabá. 
Penso na minha caneta bico de pena, junto ao tinteiro; da caneta tinteiro; 
Depois veio a esferográfica, prática, boa e barata. Só não podia cair de 
ponta no chão.

Lembro da primeira televisão, preto e branco, trazendo alvoroço  no bairro. 
Todo mundo queria ver. 

Muito tempo depois outro sonho se realizava: chegamos à era da TV a 
cores. Depois esquecemos aos poucos dos videotape. 

Via intelsat recebiamos os sinais e passamos a ficar sintonizados e 
sincronizados com o resto do Brasil. 

Recordo as velhas tardes de domingos e dos cinemas de bairro. 
Do leiteiro colocando o litro do leite,em garrafas de vidro, na 
cozinha lá de casa, sem que tivessemos preocupação alguma 
de sermos furtados.

Lembro de tantas diferentes gentes que, mortas e vivas, permanecem
no meu coração. 

O primeiro beijo de língua - na verdade o primeiro chupão - me fez pular
 de alegria, escondido, no banheiro.

Lembranças das garotas que amei e terminei. Algumas terminaram 
comigo, algo que nunca levei muito à sério. 

Como esquecer aquelas mulheres que me davam prazer e alivio em 
minhas frequentes idas aos bordeis da cidade ? 

Como era bom o roçar de corpos, consentido, dentro dos ônibus cheios, 
com aquela garota considerada linda por todos que as conheciam. 
A viagem era curta, mas o prazer era enorme.

Ah, é gostoso lembra tanta inocência, imaginando seios de tantas 
mulheres maravilhosas tocando meu corpo, sem que eu pudesse apalpa-los. 

Pensar em quantas vezes usei a "mão boba" sobre as coxas daquelas 
apetitosas garotas que buscavam entretenimentor no escurinho do cinema 
e que acabava me entretendo mais que o filme. Aproveitador?
Bote isso no plural ! Todo mundo se dá bem e ninguém fala de ninguém. 

Dos meus amores platônicos, do olhar de Fátima (não esqueço desse momento) 
me vendo beijar outra garota, enquanto eu percebia que ela desejaria estar ali... 
Era tão bonita, mas o destino é assim mesmo. 

As garotas que tive e aquelas que não tive e poderia ter tido, não fosse os meus
vacilos, me trazem satisfação e arrependimentos. 

Das minhas aventuras e desventuras eu guardo quase tudo. 
Mas, geralmente, somos inclinados a contar vantagens. 
Então fico com minhas suaves divagações, aproveitando 
a seletividade da memória.

Como esquecer aquele olhar tão significativo da daquela menina que me paquerava
 da janela do ônibus que sempre passava pra onde eu não ia. 

O destino muitas vezes foi permissivo comigo. Noutras nunca me permitiu condições de uma simples aproximação, pra marcar um simples encontro. O acanhamento também era um fator que complicava minha vida. 

Pensar no passado é como voltar a respirar a atmosfera de uma determinada época, das estações, dos meus invernos interiores. Momentos tristes e alegres. De chegadas e partidas... Das viagens e dos lugares aonde estive.

O que ficou de bom, busco eternizar, o mau, em si, procuro apagar. 

São tantas as lembranças que não poderia contar todas, porisso procuro trazer à tona algumas coisas que me faz rever o lado bom do passado.

Tento externar meus sentimentos via blog, seja na forma de um pensamento, na letra de uma música, através de uma canção, de poesias... 

Até outro momento. 

Fui 

Cena de Cinema - Casablanca

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sino da minha Aldeia - Fernando Pessoa

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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Autopsicografia - Fernando Pessoa




Atitudes, mãoes e olhares

"Tantas mãos para transformar este mundo e tão poucos olhares para o contemplar"
  Julien Gracq


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Auto-ajuda


Vida


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Amizade

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Vinicius de Moraes, Sobre o amor



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Sem Mistificação, Carlos Drummond de Andrade

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Vida
Chico Buarque


Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida 
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas 
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
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A Vida é Aquilo que Acontece...


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sexta-feira, 16 de abril de 2010

ODE AO DOIS DE JULHO - Castro Alves

ODE AO DOIS DE JULHO
Castro Alves

Era no Dous de Julho. A pugna imensa
Travara-se nos cerros da Bahia...
O anjo da morte pálido cosia
Uma vasta mortalha em Pirajá.
"Neste lençol tão largo, tão extenso,
"Como um pedaço roto do infinito ...
O mundo perguntava erguendo um grito:
"Qual dos gigantes morto rolará?! ...


Debruçados do céu. . . a noite e os astros
Seguiam da peleja o incerto fado...
Era tocha - o fuzil avermelhado!
Era o Circo de Roma - o vasto chão!
Por palmas - o troar da artilharia!
Por feras - os canhões negros rugiam!
Por atletas - dous povos se batiam!
Enorme anfiteatro - era a amplidão!


Não! Não eram dous povos os que abalavam
Naquele instante o solo ensangüentado...
Era o porvir - em frente do passado,
A liberdade - em frente à escravidão.
Era a luta das águias - e do abutre,
A revolta do pulso - contra os ferros,
O pugilato da razão - com os erros,
O duelo da treva - e do clarão! ...


No entanto a luta recrescia indômita
As bandeiras - corno águias eriçadas -
"Se abismavam com as asas desdobradas
Na selva escura da fumaça atroz...
Tonto de espanto, cego de metralha
O arcanjo do triunfo vacilava...
E a glória desgrenhada acalentava
O cadáver sangrento dos heróis!


Mas quando a branca estrela matutina
Surgiu do espaço e as brisas forasteiras
No verde leque das gentis palmeiras
Foram cantar os hinos do arrebol,
Lá do campo deserto da batalha
Uma voz se elevou clara e divina.
Eras tu - liberdade peregrina!
Esposa do porvir - noiva do Sol!...


Eras tu que, com os dedos ensopados
No sangue dos avós mortos na guerra,
Livre sagravas a Colúmbia terra,
Sagravas livre a nova geração!
Tu que erguias, subida na pirâmide
Formada pelos mortos do Cabrito,
Um pedaço de gládio - no infinito...
Um trapo de bandeira - n'amplidão!...


Comentário do Blog :
À título de curiosidade

os versos marcados em negrito/vermelho foram, em determinada ocasião, alterados e publicados por Afrânio Peixoto, que via no verso uma contradição: como a liberdade poderia ser esposa do porvir e noiva do sol?
 
Acreditava que Castro Alves teria cometido um deslize literário e acabou cometendo um grave erro ao adulterar os versos do poeta, publicando-os adulterados. Ele achava, neste caso, que a "Liberdade" - em maiúscula - não poderia ser adúltera.
 

A liberdade é um desejo de toda a humanidade, uma aspiração natural. A liberdade é como a Tereza da Praia, de Tom e Billy Blanco: não é minha, nem dele, nem de ninguém, principalmente na época em que a luta contra a escravidão advinha do anseio crescente de alforria. Nesse tempo, Castro Alves foi muito feliz em exaltar a liberdade, confrontando-a com o tráfico de escravos, contra o qual lutava.
 
Absurda a idéia de Afrânio, que recuou e devolveu à posteridade os versos autênticos de Castro Alves, como ele os concebeu, redimindo-se do estelionato literário. Infelizmente deixou publicar a adulteração dos versos.

O ingresso de Afrânio na Academia de Letras da Bahia, fundada por Arlindo Fragoso, como ocupante da cadeira que tinha por patrono Pedro Eunápio da Silva Deiró, deveria ser bem aceita por ele, vez que Deiró e Castro Alves eram amigos.
 
Afrânio já era membro titular da Academia Brasileira de Letras, cujo ingresso, vale dizer, gerou polêmica, e não convém retratar o fato aqui. Como não convém citar a censura, só há poucos anos desfeita, de poesias de um determinado autor, já falecido, em nome do conservadorismo (dele, ou da época?).

Na condição de ocupante da cadeira cujo patrono era Eunapio Deiró,  que havia produzido muitas obras importantes, valendo-se, geralmente, de pseudônimos e com largo circulo de amizade no Brasil, além de ter sido amigo do pai de Castro Alves, Dr. Antônio de Castro Alves, esperava-se outro comportamento condizente com a sua posição a nível nacional.
 
É possivel que Afrânio desconhecesse o valor do santoamarense. Mostrou-se descontente e insatisfeito por não ter ocupado a vaga da cadeira que tinha como patrono Castro Alves, que tanto idolatrava, ainda que de modo exacerbado.
 
Por preconceito, vaidade, ou seja lá o quê, revelava-se voluntarioso e bastante incomodado em não ter sido atendido como ocupante da cadeira número um da Academia. Sonhava com Castro Alves.
 
Deiró era formado em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de Olinda, ou Recife. Afrânio, formado médico pela Bahia, natural da cidade de Lençóis. Deiró já falecido. Afrânio ainda vivissimo.  Um não podia esclarecer nada, o outro poderia falar tudo, pois os mortos não se defendem.
 

Essa fixação do médico psiquiatra para ocupar a cadeira de Castro Alves mediante transferência, me pareceu desajustada e desmedida, talvez um misto de capricho, vaidade e orgulho, o movesse para escrever diversas cartas suplicando mudança de cadeira, sem a correspondente aceitação da Academia Baiana, o que o deixava frustrado.
 
 A inconformidade continuou incomodando-o por vários anos, até que, em carta endereçada à presidência da Academia, argumentou que Deiró havia chamado Castro Alves de plagiário. Um recurso baixo e falacioso. Acabou, por fim, sendo atendido por um colega médico, talvez pela insistência continuada. 

Valeu-se de um argumento pouco enaltecedor, mas, àquela altura, o fim justificava os meios e as vaidades. Possivelmente influenciado pelo romancista Xavier Marques, chegou ao ponto de dizer que Deiró havia chamado Castro Alves de plagiário,  desconhecendo pormenores das boas relações existentes entre Eunápio com Dr. Antônio Alves, e, por conseguinte, com a família Castro Alves e poeta.
 

Bom acrescentar que o poeta, ao regressar do Recife, procurou Deiró para submeter ao ilustre crítico literário sua obra de arte: Gonzaga. Deiró ficou encantado. Mas no curso das conversas, em clima descontraído, Deiró, impressionado, indagou a Castro Alves se o mesmo já havia lido André Chénier; não que ele visse no poeta algum plágio, mas a influência da escola francesa. Castro Alves disse que não e brincou dizendo: - Eis-me aqui um plagiário! As ilações malévolas extraídas de um depoimento dado por Deiró, com grande espaçamento de tempo, deve ter alcançado os ouvidos de Afrânio, que se valeu da estória, e não história, para diminuir um proeminente patrono da cadeira que lhe era destinada, e da qual nunca pediu para se retirar, fosse verdade os motivos alegados. Tamanho seria o desconforto em não ser atendido que a um homem de bem, e da estirpe dele, face à recusa em atende-lo só restaria pedir licença e sair, deixando a cadeira vaga, o que não fez.

Fato marcante é que Castro Alves obteve de Deiró a mais extensa crítica da peça Gonzaga, a primeira de todas produzida e publicada no Brasil. Uma verdadeira crítica de louvação e consagração para o poeta, que ofereceu a Deiró cópia inédita de A Hebreia, e que foi ineditamente publicada no mesmo corpo da crítica de louvação. Este fato ficou desconhecido pelos que escrevem sobre o poeta. Talvez pela falta de acesso a determinados jornais da época.

Os biógrafos de Castro Alves, salvo poucos, como Pedro Calmon, não citam Deiró, quase que apagando-o da história. Uma das últimas cartas do poeta a Deiró manifesta a estima e respeito que um nutria pelo outro, além da confiança recíproca.

Vale acrescentar que Eunápio Deiró era amigo de todos aqueles que ajudaram a Castro Alves no cenário nacional: o senador Fernandes da Cunha (Deiró escrevia discuros para o mesmo), José de Alencar (seu colega no parlamento federal) e de Machado de Assis, enquanto se evidencia um forte empurrão de Deiró junto aos três amigos comuns, com a discrição que o caracterizava. Coube ao amigo Fernandes da Cunha recomendar o poeta a José de Alencar e este a Machado de Assis, todos eles envolvidos, parcimoniosamente, na causa da abolição da escravatura. Ainda se conhece muito pouco sobre Eunápio Deiró e, na medida em que vamos desmistificando inverdades, ele vai sendo redescoberto e colocado em posição de relevo. A Biblioteca Nacional já levantou inúmeros trabalhos do mesmo e ainda é pouco. O Senado Federal já disponibiliza, pelo menos, uma obra do escritor ainda pouco conhecido. Particularmente venho pesquisando a genealogia deste santo-amarense, que precisa ser resgata do esquecimento. Esta é nossa pretensão. 


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