Páginas

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Olegario Mariano

"Olegário Mariano (O. M. Carneiro da Cunha), poeta, político e diplomata, nasceu em Recife, PE, em 24 de março de 1889, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de novembro de 1958. Eleito em 23 de dezembro de 1926 para a Cadeira n. 21, na sucessão de Mário de Alencar, foi recebido em 20 de abril de 1927, pelo acadêmico Gustavo Barroso.
Era filho de José Mariano Carneiro da Cunha, herói pernambucano da Abolição e da República, e de Olegária Carneiro da Cunha. Fez o primário e o secundário no Colégio Pestalozzi, na cidade natal, e cedo se transferiu para o Rio de Janeiro. Freqüentou a roda literária de Olavo Bilac, Guimarães Passos, Emílio de Meneses, Coelho Neto, Martins Fontes e outros. Estreou na vida literária aos 22 anos com o volume Angelus, em 1911. Sua poesia falava de neblinas, de cismas e de sofrimentos, perfeitamente identificada com os preceitos do Simbolismo, já em declínio.
Foi inspetor do ensino secundário e censor de teatro. Representou o Brasil, em 1918, como secretário de embaixada à Bolívia, na Missão Melo Franco. Foi deputado à Assembléia Constituinte que elaborou a Carta de 1934. Em 1937, ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados. Foi ministro plenipotenciário nos Centenários de Portugal, em 1940; delegado da Academia Brasileira na Conferência Interacadêmica de Lisboa para o Acordo Ortográfico de 1945; embaixador do Brasil em Portugal em 1953-54. Exerceu o cargo de oficial do 4o Ofício de Registro de Imóveis, no Rio de Janeiro, tendo sido antes tabelião de Notas.
Em concurso promovido pela revista Fon-Fon, em 1938, Olegário Mariano foi eleito, pelos intelectuais de todo o Brasil, Príncipe dos Poetas Brasileiros, em substituição a Alberto de Oliveira, detentor do título depois da morte de Olavo Bilac o primeiro a obtê-lo.
Além da obra poética iniciada em livro em 1911, e enfeixada nos dois volumes de Toda uma vida de poesia (1957), publicados pela José Olympio, Olegário Mariano publicou durante anos, nas revistas Careta e Para Todos, sob o pseudônimo de João da Avenida, uma seção de crônicas mundanas em versos humorísticos, mais tarde reunidas em dois livros: Bataclan e Vida Caixa de brinquedos.
Sua poesia lírica é simples, correntia, de fundo romântico, pertinente à fase do sincretismo parnasiano-simbolista de transição para o Modernismo. Ficou conhecido como o "poeta das cigarras", por causa de um de seus temas prediletos.
Obras: Angelus (1911); Sonetos (1921); Evangelho da sombra e do silêncio (1913); Água corrente, com uma carta prefácio de Olavo Bilac (1917); Últimas cigarras (1920); Castelos na areia (1922); Cidade maravilhosa (1923); Bataclan, crônicas em verso (1927); Canto da minha terra (1931); Destino (1931); Poemas de amor e de saudade (1932); Teatro (1932); Antologia de tradutores (1932); Poesias escolhidas (1932); O amor na poesia brasileira (1933); Vida Caixa de brinquedos, crônicas em verso (1933); O enamorado da vida, com prefácio de Júlio Dantas (1937); Abolição da escravatura e os Homens do Norte, conferência (1939); Em louvor da língua portuguesa (1940); A vida que já vivi, memórias (1945): Quando vem baixando o crepúsculo (1945); Cantigas de encurtar caminho (1949); Tangará conta histórias, poesia infantil (1953); Toda uma vida de poesia, 2 vols. (1957)."
Crédito Biblioteca Virtual - Literatura


Olegário também notabilizou-se pelas composições que fez, a exemplo de 'Maringá"(cantada por Carlos Galhardo), "De Papo Pro Ar", "Cai, Cai, Balão". No VADEMECUM POÉTICO PERNAMBUCANO, em post de Marcos Flávio Gomes Raphael Cordeiro, colhemos as seguintes informações complementares, relembrando, dessa forma, a contribuição de Olegário Mariano para a MPB. Vejamos:

"Conhecido como “o poeta das cigarras”, por causa de um dos seus temas prediletos, e considerado o último poeta romântico brasileiro, a sua contribuição à história da música popular brasileira não é muito estudada. Entretanto, em parceria com Joubert de Carvalho, deixou 21 composições, sendo que dezenove chegaram a ser gravadas.

Joubert musicou, em 1927, duas poesias de Olegário: Cai, cai, balão e Tutu Marambá. O poeta aprovou as músicas e, a partir de então, surgiram outras canções, com De papo pro ar (1932)e Dor de recordar(1933). Fez, ainda, dupla com Gastão Lamounier, lançando o tango Reminiscência (1929), a valsa Arrependimento,e a valsa lenta Suave recordação. "
 

Deixo DE PAPO PRO AR pra vocês ouvirem :






CURIOSIDADE: Olegário Mariano é tio bisavô dos meus filhos, que descenden de Esther Carneiro da Cunha Gonçalves da Silva. O falecido Dr. Paulo Carneiro da Cunha esteve em Senhor do Bonfim, em busca de informações genealógicas desse ramo da famíla, mas nunca recebeu as informações desejadas. Chegou a me escrever uma carta, que não pude responder, pois não havia concluído as pesquisas do ramo solicitado. Na ocasião, Dr. Paulo presidia o Colégio Brasileiro de Genealogia, cargo atualmente ocupado por Regina Casção. Olegario também era conhecido como príncipe dos poetas. Sua obra era muito estudada nas escolas do passado mais distante, nas quais me incluo. Magno Burgos, bem próximo de completar 80 anos de idade, recitou, pra mim, versos e mais versos de Olegário, denotando uma excelente memória.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...