Á Carlos Marighella
Ana Montenegro
Berlim,outono 1969
Em seu enterro não havia velas:
Como acendê-las, sem a luz do dia?
Em seu enterro não havia flores:
Onde colhê-las, nessa manha fria?
Em seu enterro não havia povo:
Como encontrá-lo, nessa rua vazia?
Em seu enterro não havia gestos:
Parada inerte a minha mão jazia.
Em seu enterro não havia vozes:
Sob censura estavam as salmodias.
Mas luz, e flor, e povo, e canto
responderão “presente”, chegada
a primavera mesmo que tardia!
Fonte:
discurso pronunciado pelo Deputado Luiz Leal, em sessão especial de homenagem
à Carlos Marighella. Convite impresso,pora colocação da lápide,na Quinta dos
Lázaros.
Um comentário:
Esse blog está se superando. A medida que amadurece, me vicia! Tenho sempre que passar por aqui!
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