Existem lembranças e recordações dentro da gente que se eternizaram.
Não é apenas a dúvida que se petrifica dentro da gente, mas os bons
momentos vividos desde a infância até chegarmos aos tempos atuais.
Estas coisas belas que se eternizaram, dentro de mim, é a razão de ser
deste blog, mas eu gostaria que este blog não fosse meu, mas de todos
os que guardam lembranças que considerem, igualmente, eternas em
suas vidas.
Tenho recordações múltiplas da minha vivência escolar. Lembro que
minha iniciação, nas primeiras letras, quando se ensinava o beabá.
Penso na minha caneta bico de pena, junto ao tinteiro; da caneta tinteiro;
Depois veio a esferográfica, prática, boa e barata. Só não podia cair de
ponta no chão.
Lembro da primeira televisão, preto e branco, trazendo alvoroço no bairro.
Todo mundo queria ver.
Muito tempo depois outro sonho se realizava: chegamos à era da TV a
cores. Depois esquecemos aos poucos dos videotape.
Via intelsat recebiamos os sinais e passamos a ficar sintonizados e
sincronizados com o resto do Brasil.
Recordo as velhas tardes de domingos e dos cinemas de bairro.
Do leiteiro colocando o litro do leite,em garrafas de vidro, na
cozinha lá de casa, sem que tivessemos preocupação alguma
de sermos furtados.
Lembro de tantas diferentes gentes que, mortas e vivas, permanecem
no meu coração.
O primeiro beijo de língua - na verdade o primeiro chupão - me fez pular
de alegria, escondido, no banheiro.
Lembranças das garotas que amei e terminei. Algumas terminaram
comigo, algo que nunca levei muito à sério.
Como esquecer aquelas mulheres que me davam prazer e alivio em
minhas frequentes idas aos bordeis da cidade ?
Como era bom o roçar de corpos, consentido, dentro dos ônibus cheios,
com aquela garota considerada linda por todos que as conheciam.
A viagem era curta, mas o prazer era enorme.
Ah, é gostoso lembra tanta inocência, imaginando seios de tantas
mulheres maravilhosas tocando meu corpo, sem que eu pudesse apalpa-los.
Pensar em quantas vezes usei a "mão boba" sobre as coxas daquelas
apetitosas garotas que buscavam entretenimentor no escurinho do cinema
e que acabava me entretendo mais que o filme. Aproveitador?
Bote isso no plural ! Todo mundo se dá bem e ninguém fala de ninguém.
Dos meus amores platônicos, do olhar de Fátima (não esqueço desse momento)
me vendo beijar outra garota, enquanto eu percebia que ela desejaria estar ali...
Era tão bonita, mas o destino é assim mesmo.
As garotas que tive e aquelas que não tive e poderia ter tido, não fosse os meus
vacilos, me trazem satisfação e arrependimentos.
Das minhas aventuras e desventuras eu guardo quase tudo.
Mas, geralmente, somos inclinados a contar vantagens.
Então fico com minhas suaves divagações, aproveitando
a seletividade da memória.
Como esquecer aquele olhar tão significativo da daquela menina que me paquerava
da janela do ônibus que sempre passava pra onde eu não ia.
O destino muitas vezes foi permissivo comigo. Noutras nunca me permitiu condições de uma simples aproximação, pra marcar um simples encontro. O acanhamento também era um fator que complicava minha vida.
Pensar no passado é como voltar a respirar a atmosfera de uma determinada época, das estações, dos meus invernos interiores. Momentos tristes e alegres. De chegadas e partidas... Das viagens e dos lugares aonde estive.
O que ficou de bom, busco eternizar, o mau, em si, procuro apagar.
São tantas as lembranças que não poderia contar todas, porisso procuro trazer à tona algumas coisas que me faz rever o lado bom do passado.
Tento externar meus sentimentos via blog, seja na forma de um pensamento, na letra de uma música, através de uma canção, de poesias...
Até outro momento.
Fui