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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Correr Riscos, Seneca, orador romano


"Rir é correr risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre!" - 
Seneca, orador romano

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pablo Neruda, É proibido

É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender os que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Pablo Neruda

Crédito: Luso-Poesiaa



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Política baiana antes de 1964, foto de Luiz Leal, Antonio Carlos Magalhães e Osório Vilas Boas

Na foto abaixo, tres personalidades foram reconhecidas : Lui Leal, Antônio Carlos Magalhães e Osório Villas-Boas. Caso o leitor amigo, reconhecer mais alguns dos presentes, estimariamos que comentasse a foto e desse nome aos reconhecidos. A foto é antiga e pertence aos anos 60, do século próximo passado.

Assinatura de Convênio

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Assinatura de convênio com o Hospital das Clínicas e o INAMPS.
Na foto o reitor da UFBA, Germano Tabacoff e Luiz Leal

Velhos companheiros, Luiz Leal e Waldir Pires

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Solenidade de Diplomação de deputados

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Ministro Waldir Pires e companheiros

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Da esquerda para a direita: Dalton Godinho, Luiz Leal, Waldir Pires, reporter, Nelson Barros.
Atrás podem ser vistos: Silvio Simões, Gatão Pedreira e, de óculos escuro, Paulo Avena.
A Foto retrata a segunda visita do Ministro Waldir Pires à Bahia após a posse no Ministério da Previdência e Assistência Social, voltando de Itapetinga, Itajuípe, Itabuna e Ilhéus.

Pela Bahia Livre

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Da esquerda para a direita: Domingos Leonelli, Luiz Leal e Jorge Hage.
À frente, Júlia, secretária do PMDB.
Atividade de panfletagem
foto do blog

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

CARTA A CHRISTOPHE DE BEAUMONT E OUTROS ESCRITOS SOBRE A RELIGIÃO E A MORAL Jean-Jacques Rousseau


“Nasci com um amor natural pela solidão que só fez aumentar conforme conhecia melhor os homens. Sinto-me mais à vontade com os seres quiméricos que reúno à minha volta do que com aqueles os quais vejo no mundo, e a sociedade que a imaginação inventa em meu refúgio acaba por me desgostar de todas aquelas que deixei. Presumis que estou infeliz e consumido pela melancolia. Oh! Senhor, quanto vos enganais! Era em Paris que me sentia assim; era em Paris que uma bílis negra devorava-me o coração, e a amargura dessa bílis se faz demasiado sentir em todos os escritos que publiquei enquanto lá estive.” (p. 20, Cartas a Malesherbes)

“A maior parte dos novos cultos se estabelece pelo fanatismo e se mantém pela hipocrisia; daí segue que ofendam a razão e não conduzam à virtude. O entusiasmo e o delírio não raciocinam; enquanto duram, tudo se aceita e pouco se regateia sobre os dogmas. E, além disso, é tão cômodo! Custa tão pouco seguir uma doutrina, e custa tanto praticar a moral, que, aderindo ao lado mais fácil, a falta das boas obras é compensada pelo mérito de uma grande fé.” (p. 83, Carta a Beaumont)
“Sem deixar o assunto de Lisboa, convinde, por exemplo, que a natureza não reuniu ali vinte mil casas de seis a sete andares, e que se os habitantes dessa grande cidade tivessem sido distribuídos mais igualmente, e vivessem de maneira mais modesta, o dano teria sido muito menor, e talvez nulo. Todos teriam fugido ao primeiro abalo, e poderiam ser vistos no dia seguinte a vinte léguas de lá, tão alegres como se nada houvesse acontecido; mas é preciso permanecer, obstinar-se ao redor das habitações, expor-se a novos tremores, porque o que se abandona vale mais do que o que se pode levar. Quantos infelizes pereceram nesse desastre por querer pegar, um suas roupas, outro seus papéis, outro seu dinheiro? Acaso não se sabe que a pessoa de cada homem tornou-se a menor parte dele mesmo, e que quase não vale a pena salvá-la quando se perde todo o resto?” (p. 123, Carta de J.-J. Rousseau ao Senhor de Voltaire)

“O objetivo da vida humana é a felicidade, mas quem de nós sabe como atingi-la? Sem um princípio, sem uma meta segura, vagamos de desejo em desejo, e os que conseguimos satisfazer deixam-nos tão longe da felicidade quanto estávamos antes de obter qualquer satisfação. Não temos uma regra invariável nem na razão, à qual faltam sustentáculo, apoio e consistência, nem nas paixões, que sem cessar se sucedem e se destroem mutuamente. Vítimas da cega inconstância de nossos corações, o gozo dos bens desejados só abre caminho para penas e privações; tudo o que possuímos só serve para nos mostrar o que nos falta, e, por não saber como se deve viver, morremos todos sem ter vivido.” (p. 146, Cartas morais).

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Desenho de Deus - Armandinho

Soneto de Fidelidade, Vinícius de Moraes


Soneto de Fidelidade

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.


E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As sem-razões do amor, Carlos Drummond de Andrade













Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor
.



O Analfabeto Político


O Analfabeto Político
Bertolt Brecht 
                                                       Bertolt Brecht


"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

Nada é impossível de Mudar
"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar."

                                                           Privatizado
"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Resposta do Jeca Tatu, Catulo da Paixão Cearense

O JECA TATU


O JECA TATU DE MONTEIRO LOBATO
(Rui Barbosa)



Conheceis, porventura, o Jeca Tatu, dos Urupês, de Monteiro Lobato, o admirável escritor paulista? Tivestes, algum dia, ocasião de ver surgir, debaixo desse pincel de uma arte rara, na sua rudeza, aquele tipo de uma raça, que, "entre as formadoras da nossa nacionalidade", se perpetua "a vegetar, de cócoras, incapaz de evolução e impenetrável ao progresso"?
Solta Pedro I o grito do Ipiranga. E o caboclo, em cócoras. Vem, com o 13 de maio, a libertação dos escravos; e o caboclo, de cócoras. Derriba o 15 de novembro um trono, erguendo urna república; e o caboclo, acocorado. No cenário da revolta, entre Floriano, Custódio e Gumercindo, se joga a sorte do país, esmagado quatro anos por Incitatus; e o caboclo ainda com os joelhos à bôca. A cada um dêsses baques, a cada um desses estrondos, soergue o torso, espia, coça a cabeça, "magina", mas volve a modorra e não dá pelo resto.
De pé, não é gente. A não ser assentado sobre os calcanhares, não destempera a língua, "não há de dizer cousa com cousa". A sua biboca de sapé faz rir aos bichos de toca. Por cama "uma esteira espipada". Roupa, a do corpo. Mantimentos, os que junta aos cantos da sórdida arribana. O luxo do toucinho pendente de um gancho à cumeeira. À parede, a pica-pau, o polvarinho de chifre, o rabo de tatu e, em pára-raio, as palmas bentas. Se a cabana racha, está de "janelinhas abertas para o resto da vida". Quando o cólmo do teto, aluído pelo tempo, escorre para dentro a chuva, não se veda o rombo; basta aparar-lhe a água num gamelo. Desaprumando-se os barrotes da casa, um santo de mascate, grudado à parede, lhe vale de contraforte, embora, quando ronca a trovoada, não deixe o dono de se julgar mais em seguro no ôco de tuna árvore vizinha.
O mato vem beirar com o terreirinho da palhoça. Nem flores, nem frutas, nem legumes. Da terra, só a mandioca, o milho e a cana. Porque não exige cultura, nem colheita. A mandioca, "sem vergonha", não teme formiga. A cana dá a rapadura, dá a garapa, e açucara, de um rolete espremido a pulso, a cuia do café.
Para Jeca Tatu "o ato mais importante da sua vida é: votar no governo". "Vota. Não sabe em quem. Mas vota." "Jeca por dentro rivaliza com Jeca por fora. O mobiliário cerebral vale o do casebre." Não tem o sentimento da pátria, nem, sequer, a noção do país. De "guerra, defesa nacional, ou governo", tudo quanto sabe, se reduz ao pavor do recrutamento. Mas, para todas as doenças, dispõe de mezinhas prodigiosas como as idéias dos nossos estadistas. Não há bronquite, que resista ao cuspir do doente na boca de um peixe, solto, em seguida, água abaixo. Para brotoeja, cozimento de beiço de pote. Dor de peito? "O porrete é jasmim de cachorro" Parto difícil? Engula a cachopa três caroços de feijão mouro, e "vista no avêsso a camisa do marido".
Um fatalismo cego o acorrenta à inércia. Nem um laivo de imaginação, ou o mais longínquo rudimento d´arte, na sua imbecilidade. Mazorra e soturna, apenas rouqueja lúgubres toadas. "Triste como o curiango, nem sequer assobia". No meio da natureza brasileira, das suas catadupas de vida, sons e colorido, "é o sombrio urupê de pau podre, a modorrar silencioso no recesso das grotas. Não fala, não canta, não ri, não ama, não vive."

( A questão Social e a política no Brasil. Conferência pronunciada em 20 de marco de 1919, no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro. A referência à criação de Monteiro Lobato tornou imediatamente conhecida em todo o país a figura de Jeca Tatu.) 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Texto de Clarice Lispector

Texto de Clarice Lispector 



Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo. Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos. Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem. Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram. Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir. Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi. Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto. Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir. Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam. Já tive crises de riso quando não podia. Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva. Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse. Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar. Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros. Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros. Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz. Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava. Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali". Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais. Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria. Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava. Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda. Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim. Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração! Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente! Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes. Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. 
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR!  

domingo, 31 de outubro de 2010

Dilma, a primavera sonhada

Eleição de Dilma é uma vitória para o povo brasileiro

Apesar da luta desigual, Dilma Rousseff foi consagrada a primeira presidenta do Brasil..


domingo, 24 de outubro de 2010

Dilma fala sobre a campanha na internet

sábado, 23 de outubro de 2010

Moniz Bandeira alerta sobre risco do projeto Serra


Para Moniz Bandeira, projeto representado por José Serra é o "do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros".


CM: Qual a sua avaliação sobre o processo eleitoral brasileiro e sobre a disputa que ocorre agora no segundo turno? Como o sr. caracterizaria os dois projetos em disputa?
Moniz Bandeira: O atual processo eleitoral está infectado por uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas direita, mas pela extrema-direita, como a TFP, OPUS DEI e núcleos nazistas do Sul, e sustentada por interesses estrangeiros, que financiam a campanha contra a política exterior do presidente Lula , pois não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Os dois projetos em disputam são definidos: o Brasil como potência econômica e política global, socialmente justo, militarmente forte, defendido pela candidata do PT, Dilma Roussef; o outro, representado por José Serra candidato do PSDB-DEM, é o do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros. 
Evidentemente, os Estados Unidos, quaisquer que seja seu governo, não querem que o Brasil se consolide como potência econômica e política global, integrando toda a América do Sul como um espaço geopolítico com maior autonomia internacional.

CM: Falando sobre política externa, o sr. poderia detalhar um pouco mais o que, na sua visão, as duas candidaturas representam?
MB: A mudança dos rumos da política externa, como José Serra e seus mentores diplomáticos pretendem, teria profundas implicações para a estratégia de defesa e segurança nacional. Ela significaria o fim do programa de reaparelhamento e modernização das Forças Armadas, a suspensão definitiva da construção do submarino nuclear e a paralisação do desenvolvimento de tecnologias sensíveis, ora em curso mediante cooperação com a França e a Alemanha, países que se dispuseram a transferir know-how para o Brasil, ao contrário dos Estados Unidos. Essa mudança de rumos, defendida pelos mentores de José Serra em política externa, levaria o Brasil a aceitar a tese de que o conceito de soberania nacional desaparece num mundo globalizado e, com isto, permitir a formação de Estados supostamente indígenas, em regiões da Amazônia, como querem muitas 100 o nGs que lá atuam. 

CM: E na América Latina? O Brasil aparece hoje como um fator estimulador e fortalecedor de um processo de integração ainda em curso. Que tipo de ameaça, uma eventual vitória de José Serra representaria para esse processo?
MB: José Serra já se declarou, desde a campanha de 2002, contra o Mercosul, como união aduaneira, e sua transformação em uma área de livre comércio, compatível com o projeto da ALCA, que os Estados Unidos tratavam de impor aos países da América do Sul e que o Brasil, apoiado pela Argentina, obstaculizou. Se a ALCA houvesse sido implantada, a situação do Brasil seria desastrosa, como conseqüência da profunda crise econômica e financeira dos Estados Unidos, como aconteceu com o México. 
José Serra também criou recentemente problemas, fazendo declarações ofensivas à Argentina, Bolívia e Venezuela, países com os quais o Brasil tem necessariamente de manter muitos boas relações, goste ou não goste de seus governantes. Trata-se do interesse nacional e não de idiossincrasia política. 

CM: Na sua avaliação, quais foram as mudanças mais significativas da política externa brasileira, que devem ser preservadas?
MB: O governo do presidente Lula, tendo o embaixador Celso Amorim como chanceler, considerado pela revista Foreign Policy, dos Estados Unidos, como o melhor do mundo, na atualidade, alargou as fronteiras diplomáticas do Brasil. Seus resultados são visíveis em números: sob o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, as exportações do Brasil cresceram apenas 14 bilhões, subindo de 47 bilhões de dólares em 1995 para 61 bilhões em 2002. No governo do presidente Lula, as exportações brasileiras saltaram de 73 bilhões de dólares, em 2003, para 145 bilhões em 2010: dobraram. Aumentaram 72 bilhões , cinco vezes mais, do que no governo de Fernando Henrique Cardoso. 
Essas cifras evidenciam o êxito da política externa brasileira, abrindo e diversificando os mercados no exterior. Mas há outro fato que vale ressaltar, para mostrar a projeção internacional que o Brasil. Em dezembro de 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, as reservas brasileiras eram de apenas 38 bilhões de dólares... Sob o governo Lula, as reservas brasileiras saltaram de 49 bilhões de dólares, em 2003, para 280 bilhões de dólares em outubro de 2010. Aumentaram sete vezes mais do que no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Tais números representam uma enorme redução da vulnerabilidade do Brasil.
É bom recordar que, logo após o presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurar seu segundo mandato, em apenas seis dias, entre 6 e 12 de janeiro de 1999, o Brasil perdeu mais de 2 bilhões de dólares para os especuladores e investidores, que intensificaram o câmbio de reais por dólares, aproveitando ainda a taxa elevada, e suas reservas caíram mais de 4,8 bilhões bilhões, em apenas dois dias, ou seja, de 13 para 14 de janeiro. 
Os capitais, em torno de 500 milhões de dólares por dia, continuaram a fugir ante o medo de que o governo congelasse as contas bancárias e decretasse a moratória. E os bancos estrangeiros cortaram 1/3 dos US$ 60 bilhões em linhas de crédito interbancário a curto prazo, que haviam fornecido ao Brasil desde agosto de 1998. A fim de não mais perder reservas, com a intensa fuga de capitais, não restou ao governo de Fernando Henrique Cardoso alternativa senão abandonar as desvalorizações controladas do real e deixá-lo flutuar, com a implantação do câmbio livre.

CM: O sr. poderia apontar uma diferença que considera fundamental entre os governos Lula e FHC?
MB: Comparar os dois governo ocuparia muito espaço na entrevista. Porém apenas um fato mostra a diferença: o chanceler Celso Amorim esteve nos Estados Unidos inúmeras vezes e nunca tirou os sapatos, ao chegar no aeroporto, para ser vistoriado pelos policiais do serviço de controle. O professor Celso Lafer, chanceler no governo de Fernando Henrique Cardoso, submeteu-se a esse vexame, humilhando-se, degradando sua função de ministro de Estados e o próprio país, o Brasil, que representava. E é este homem que ataca a política exterior do presidente Lula e é um mentores de José Serra, cujo governo, aliás, seria muito pior do que o de Fernando Henrique Cardoso.


Carta Maior e Luiz Alberto Moniz Bandeira

Resumo do depoimento de Amaury Ribeiro Jr a POLÍCIA FEDERAL

Celso Marcondes

Site do jornal O Estado de S.Paulo publica o depoimento do jornalista. Em dezembro de 2007 ele começa a investigar grupo que investigava Aécio
Leia abaixo a íntegra do depoimento de Amaury Ribeiro Jr. à Policia Federal no dia 15 de outubro passado. Ele já circula na internet, a partir da publicação pelo site do jornal O Estado de S.Paulo. O jornalista deu outros dois depoimentos mais, ainda não vazados para a imprensa.






Antes, um resumo. Você poderá ler que Ribeiro:


1. trabalhava desde o ano 2000 na compilação de dados sobre as privatizações de FHC, cobranças de propinas e envio de valores para as Ilhas Virgens.
2. começou sua investigação quando trabalhava no jornal O Globo.
3. sua primeira matéria sobre o assunto saiu em 2001 quando estava no Jornal do Brasil.
4. publicou várias matérias posteriormente em 2003, na IstoÉ e que foi processado por Ricardo Sérgio por conta disso.
5. ao final deste ano, parou de publicar matérias sobre o assunto, já pensando em escrever um livro.
6. em maio de 2007 foi trabalhar no Correio Brasiliense, e que no final do mesmo ano, depois de sofrer um  atentado, foi transferido para o Estado de Minas, do mesmo grupo.
7. no final deste ano deu-se conta de que um grupo clandestino de inteligência estaria investigando Aécio Neves e aí decidiu investigar este grupo.
8. descobriu, através de fontes próprias, que seria o deputado carioca Marcelo Itagiba o mentor do grupo, a serviço de José Serra.
9. em 2008 resolveu retomar as investigações as privatizações, com foco em Serra.
10. iniciou coleta de documentos sobre pessoas ligadas a Serra e empresas pertencentes a elas.
11. fez várias viagens para São Paulo e Brasília em 2008 e 2009 para realizar suas investigações, sempre custeadas pelo jornal Estado de Minas. Assim como as despesas para a obtenção dos documentos.
12. afastou-se formalmente do jornal em 16 de outubro de 2009, em função de problemas de saúde do pai. Antes, tirou férias de 30 dias.
13. antes de sair, entregou uma cópia dos documentos obtidos para o jornal e deixou outra cópia em seu laptop.
14. em abril de 2010, foi procurado pelo jornalista Luiz Lanzetta, cuja empresa de assessoria trabalhava para a pré-campanha de Dilma Rousseff. Este queria sua ajuda para indicar pessoas para ajudá-lo a descobrir possíveis espiões dentro da campanha de Dilma.
15. indicou o nome de Idalberto Martins, que indicou o de Onésimo Graça.
16. fizeram então uma reunião num restaurante de Brasília.
17. antes dela, no comitê de campanha de Dilma, soube das desavenças entre dois grupos de petistas que disputavam o comando da área de comunicação da campanha.
18. na reunião, não houve acordo financeiro que possibilitasse a contratação de Idalberto e Onésimo para o trabalho de contra-espionagem interna demandado por Lanzetta, que estava acompanhado de Benedito de Oliveira.
19. fizeram outra reunião duas semanas depois, sem que chegassem a um acordo financeiro. E que a partir daí considerou encerrado o assunto.
20. três semanas depois recebeu telefonema de Lanzetta, dizendo que algum dos participantes da reunião havia informado à Veja que eles estariam elaborando um dossiê contra Serra.
21. o jornalista da Veja, Policarpo Júnior, procurado por Amaury, disse-lhe que a informação lhe havia sido passada por um dirigente petista.
22. que pelo que ouviu de Policarpo, ele tinha conhecimento de dados que estavam apenas em seu notebook.
23. declarou que não havia passado o material para ninguém e afirmou que Rui Falcão teria copiado os dados num apart-hotel em Brasília.
24. confirmou que Luiz Lanzetta se afastou da campanha de Dilma depois da matéria da Veja e que sua empresa foi substituída por outra.
25. recorreu aos trabalhos de despachante para conseguir documentos na Junta Comercial para suas investigações.Mas não deu seu nome.
26. nunca foi filiado a partido político, nem foi contratado por nenhuma campanha política.
Em suma, nada que foi relatado no depoimento de Ribeiro Jr. contradiz com as matérias publicadas até aqui por CartaCapital.
Amaury Ribeiro Jr. nunca fez parte de suposto “grupo de inteligência” da campanha de Dilma. E fez suas investigações originalmente para “investigar quem eram os integrantes” do grupo que investigava Aécio. Este é o centro da questão.

Crédito Carta Capital

Entrevista coletiva concedida por Dilma, em Belo Horizonte




22.10.2010
Durante entrevista coletiva concedida em Belo Horizonte, a candidata Dilma Rousseff afirmou hoje que o propósito de sua coligação é fazer uma campanha de alto nível. Segundo ele, a campanha de José Serra é a maior responsável pelo rebaixamento da discussão de propostas e pela valorização de outros temas, como as acusações sem provas. 
“Eu acho que tem que ter muito cuidado em ficar transformando episódios”, disse, ao ser questionada sobre a confusão envolvendo o candidato tucano no Rio de Janeiro.
Dilma explicou que também foi vítima de uma tentativa de agressão, ontem em Curitiba, mas não fez acusações levianas e nem transformará isso no assunto central da sua campanha.
“Vocês sabem o peso de uma bola com água jogada do 12º andar? Foi isso que jogaram na minha cabeça ontem em Curitiba. Só não pegou porque eu desviei o corpo. Mas não tinha nenhuma briga nesse momento da bola caindo na minha cabeça. Foi alguém que deliberadamente faz isso. E eu não saí por aí acusando a campanha deles de fazer isso”, afirmou.
Para a candidata, o maior objetivo de sua campanha é apresentar propostas ao Brasil. “Eu pediria a vocês jornalistas que dessem destaque às minhas propostas de parceria com os municípios para obras de saneamento, para a construção de creches e escolas técnicas ao invés de ficarem abordando esses episódios”, concluiu.
Acompanhe aqui a cobertura diária da campanha de Dilma pelo Twitter.

Cédito: Dilma13.com.br

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dilma, Lula e o povo


É bonito ver a presença do povo por onde quer que Lula e Dilma passem. Dilma vem sendo consagrada pelas grandes massas. Seu oponente, não tem o mesmo carinho, nem manifestações parecidas. Dilma vencerá com a força do povo.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quando os olhos falam


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É preciso coragem.
Uma coragem danada.
Muita coragem é o que eu preciso.
Sinto-me tão desamparada, preciso tanto de proteção…
porque parece que sou portadora de uma coisa muito pesada.

Sei lá...'' (C. L.)

Menina maluquinha




Somos se pudermos ser ainda
Fomos donos do que hoje não há mais.
Houve o que houve é o que escondem em vão,
Os pensamentos que preferem calar,
Se não, irá nos ferir um não -
Mas quem não quer dizer tchau.

(Nando Reis)

O Futuro está nas mãos

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O Brasil é Dilma, 13

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sábado, 2 de outubro de 2010

Jimi


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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Pequeno Príncipe Antoine de Saint-Exupéry

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O Pequeno Príncipe
Antoine de Saint-Exupéry

(...) "E foi então que apareceu a raposa: 

- Bom dia - disse a raposa. 
- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada. 
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira... 
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. 
- Tu és bem bonita. 
- Sou uma raposa - disse a raposa. 
- Vem brincar comigo - propôs o princípe
- estou tão triste... 
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda. 
- Ah! Desculpa - disse o principezinho. 

Após uma reflexão, acrescentou: 
- O que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras? 
- Procuro amigos - disse. - Que quer dizer cativar? 
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"... 
- Criar laços? 
- Exatamente. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessiddade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... 

Mas a raposa voltou a sua idéia: 
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo... 

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe: 

- Por favor, cativa-me! - disse ela. 
- Bem quisera - disse o principe - mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer. 
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! 
- Os homens esqueceram a verdade - disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

Crédito: Casa dos Bruxos
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domingo, 11 de julho de 2010

Palavra de Sebastião Nery


Outro dia tomei um taxi rumo ao hospital em que minha mãe se encontrava internada. No trajeto o taxista comentava a rádio Metropole, de Mario. Era puro elogio. De repente o celular toca e o taxista atende. Falava com Aninha, uma jornalista, sobre um papagaio. Depois referiu-se a Albergaria, de quem gosta muito. Curioso foi ter qualificado o grande antropologo como "maluco". Entretanto este adjetivo empregado era sinônimo de genialidade, vez que o gênio e o louco são, para nós, fronteiriços. Depois referia-se a Sebastião Nery como um sujeito muito culto e esclarecia: - também quase chegou a ser padre! Tinha que dar risada, dos dois casos e dos dois gênios mencionados pelo taxista. Foi uma viagem divertida, até porque o taxista tem uma boa prosa. Bem, vou transcrever um artigo de Sebastião Nery, que dispensa maiores comentários, basta dizer que ele é um homem completo.


HISTORIAS
                                               DA POLITICA
         RIO – Ele entrou no gabinete do senador Edson Lobão, jornalista e maranhense como ele. O senador o apresentou a um senhor sentado ao lado que, ao ouvir-lhe o nome, se surpreendeu :
         - Mas Mauritono Meira é o nome da minha rua!
         Era o prefeito de sua terra, Mirador, pequena cidade do Maranhão, onde Mauritonio nasceu em 1930. O prefeito, cidadão simples, continuava surpreso de conhecer o homem que deu o nome à principal rua de sua cidade :
         - Puxa, vida! O senhor é tão moço! Eu pensei que o senhor já tivesse morrido há muito tempo.
         Mauritonio Meira foi sempre tocado por algumas pequenas e enormes alegrias, como o reveillon que passava todo ano em Paris e ser nome da ruazinha de sua pequena Mirador, lá no interior do Maranhão.
                                      MAURITONIO
         Aos 16 anos, saiu de lá e foi estudar e trabalhar em Recife. Com 18 anos, já publicava crônicas e contos nos grandes jornais. Com 23 anos, em 53, Samuel Wainer o trouxe para a Ultima Hora, no Rio, onde foi tudo:de repórter policial a colunista diário, repórter internacional, chefe de redação, diretor.
         Saiu para o Jornal do Brasil, onde fez coluna diária e dirigiu o jornalismo da Radio JB. Repórter das revistas “O Cruzeiro” e “Time”, foi editor-chefe do Diário Carioca e, desde 78, editou sua “Revista Nacional”.
          Muito cedo, seu primeiro livro, novela e contos, “Passagem Para o Amanhã” (da Martins Editora), calorosamente saudado por Manuel Bandeira, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, Adonias Filho, Antonio Houaiss, Antonio Olinto, Eduardo Portella, Antonio Carlos Vilaça, fez muito sucesso, ganhando o premio do Instituto Nacional do Livro, maior láurea literária da época.  
                                               ADAUTO
         Brilhante contador de historias, o ultimo livro dele, “Historias Alegres do Povo Brasileiro”, é um testemunho bem humorado da política, da literatura, da imprensa, da propaganda, que intensamente viveu, ou com que conviveu, durante mais de meio século, desde Pernambuco, sobretudo no Rio. Contou historias muitas dos políticos que acompanhou durante meiuo século.


Almôço numa churrascaria de Brasília: Adauto Lucio Cardoso (UDN), Abelardo Jurema (PSD), Doutel de Andrade, Guilherme Machado e Ernani Satiro (UDN). Outro deputado começou a traçar um retrato muito critico do ex-ministro da Guerra e ex-presidente marechal Dutra : burro, sargentão, etc.

         Adauto Cardoso ouvia pacientemente, interrompeu :
         - Meu amigo, ele é tudo isso que o senhor está dizendo? Bendita burrice. Ele foi presidente da República. E nós, inteligentes, competentes, gênios, não fomos e não seremos. 
                                      TANCREDO
         Tancredo Neves, do PSD mineiro, era primeiro-ministro, em 62, no governo parlamentarista de João Goulart. Convidou Mauritonio para almoçar no dia seguinte com ele, na casa dele. De manhã, ante de ir para o almoço, Mauritonio passou pela Câmara e assistiu a um violento discurso do deputado Padre Vidigal, do PSD de Minas, contra o primeiro ministro Tancredo Neves.
         Saiu dali, foi para a casa de Tancredo. Quando tocou a campainha, quem abriu a porta foi o Padre Vidigal :
         - Mas, deputado, o senhor aqui? Meia hora atrás, o senhor dava um terrível banho de criticas no Tancredo.
         - Você ainda vai ter que aprender muito aqui em Brasília. Nenhum mineiro resiste a um convite, seja de quem for, para comer frango com quiabo.
         Os três comeram juntos o frango com quiabo.
                                      A TOMADA                                    
         Henri Ford II, presidente da Ford, vinha ao Brasil para uma grande festa da empresa, em São Paulo. O presidente da Ford brasileira, Eugene Knutsen, convocou a agencia Thompson, dona da conta, consultou publicitários amigos de outras agencias, como Mauro Salles, e até trouxe dos Estados Unidos dois engenheiros eletrônicos para prepararem toda a parafernália de som.
         Microfone, alto-falantes, caixas de som, instalaram tudo em dobro. Se um pifasse, o outro estava ali pronto para substituir. Meia hora antes, checaram tudo. Tudo OK, inclusive o discurso de mister Ford, que, para fazer charme, começava com uma simpática frase em português.
         Falaram todos os oradores, Eugene Knutsen, autoridades brasileiras. Tudo saiu perfeito. Mister Ford pegou o microfone para falar e encerrar:
         - Meus amigos, eu me sinto muito feliz...
         Pifou todo o sistema de som. Silencio absoluto. Mister Ford perplexo. Corre-corre,publicitários e engenheiros desesperados,tentando ligar o segundo sistema, sobressalente, e nada. Tudo estava em dobro. Menos a tomada.     
                                       A ELEIÇÃO
         Em Paris, no reveillon de 91, Mauritonio estava desanimado com 92. Não ia haver eleição e não era mais o primeiro ano do governo:    
         - No Brasil só presta ano de eleição ou primeiro ano de governo. No  ano da eleição, fazem alguma coisa para ganharem o voto.No primeiro ano, também fazem alguma coisa porque ainda não esqueceram o que prometeram.
         A partir daí, esquecem tudo e ainda não sabem em que mentir de novo.


                      www.sebastiaonery.com.br  
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