Site do jornal O Estado de S.Paulo publica o depoimento do
jornalista. Em dezembro de 2007 ele começa a investigar grupo que
investigava Aécio
Leia abaixo a íntegra do depoimento de Amaury Ribeiro Jr. à Policia
Federal no dia 15 de outubro passado. Ele já circula na internet, a
partir da publicação pelo site do jornal O Estado de S.Paulo. O
jornalista deu outros dois depoimentos mais, ainda não vazados para a
imprensa.
Antes, um resumo. Você poderá ler que Ribeiro:
1. trabalhava desde o ano 2000 na compilação de dados sobre as
privatizações de FHC, cobranças de propinas e envio de valores para as
Ilhas Virgens.
2. começou sua investigação quando trabalhava no jornal O Globo.
3. sua primeira matéria sobre o assunto saiu em 2001 quando estava no Jornal do Brasil.
4. publicou várias matérias posteriormente em 2003, na IstoÉ e que foi processado por Ricardo Sérgio por conta disso.
5. ao final deste ano, parou de publicar matérias sobre o assunto, já pensando em escrever um livro.
6. em maio de 2007 foi trabalhar no Correio Brasiliense, e que no
final do mesmo ano, depois de sofrer um atentado, foi transferido para o
Estado de Minas, do mesmo grupo.
7. no final deste ano deu-se conta de que um grupo clandestino de
inteligência estaria investigando Aécio Neves e aí decidiu investigar
este grupo.
8. descobriu, através de fontes próprias, que seria o deputado
carioca Marcelo Itagiba o mentor do grupo, a serviço de José Serra.
9. em 2008 resolveu retomar as investigações as privatizações, com foco em Serra.
10. iniciou coleta de documentos sobre pessoas ligadas a Serra e empresas pertencentes a elas.
11. fez várias viagens para São Paulo e Brasília em 2008 e 2009 para
realizar suas investigações, sempre custeadas pelo jornal Estado de
Minas. Assim como as despesas para a obtenção dos documentos.
12. afastou-se formalmente do jornal em 16 de outubro de 2009, em
função de problemas de saúde do pai. Antes, tirou férias de 30 dias.
13. antes de sair, entregou uma cópia dos documentos obtidos para o jornal e deixou outra cópia em seu laptop.
14. em abril de 2010, foi procurado pelo jornalista Luiz Lanzetta,
cuja empresa de assessoria trabalhava para a pré-campanha de Dilma
Rousseff. Este queria sua ajuda para indicar pessoas para ajudá-lo a
descobrir possíveis espiões dentro da campanha de Dilma.
15. indicou o nome de Idalberto Martins, que indicou o de Onésimo Graça.
16. fizeram então uma reunião num restaurante de Brasília.
17. antes dela, no comitê de campanha de Dilma, soube das desavenças
entre dois grupos de petistas que disputavam o comando da área de
comunicação da campanha.
18. na reunião, não houve acordo financeiro que possibilitasse a
contratação de Idalberto e Onésimo para o trabalho de contra-espionagem
interna demandado por Lanzetta, que estava acompanhado de Benedito de
Oliveira.
19. fizeram outra reunião duas semanas depois, sem que chegassem a um
acordo financeiro. E que a partir daí considerou encerrado o assunto.
20. três semanas depois recebeu telefonema de Lanzetta, dizendo que
algum dos participantes da reunião havia informado à Veja que eles
estariam elaborando um dossiê contra Serra.
21. o jornalista da Veja, Policarpo Júnior, procurado por Amaury,
disse-lhe que a informação lhe havia sido passada por um dirigente
petista.
22. que pelo que ouviu de Policarpo, ele tinha conhecimento de dados que estavam apenas em seu notebook.
23. declarou que não havia passado o material para ninguém e afirmou
que Rui Falcão teria copiado os dados num apart-hotel em Brasília.
24. confirmou que Luiz Lanzetta se afastou da campanha de Dilma
depois da matéria da Veja e que sua empresa foi substituída por outra.
25. recorreu aos trabalhos de despachante para conseguir documentos
na Junta Comercial para suas investigações.Mas não deu seu nome.
26. nunca foi filiado a partido político, nem foi contratado por nenhuma campanha política.
Em suma, nada que foi relatado no depoimento de Ribeiro Jr. contradiz com as matérias publicadas até aqui por CartaCapital.
Amaury Ribeiro Jr. nunca fez parte de suposto “grupo de inteligência”
da campanha de Dilma. E fez suas investigações originalmente para
“investigar quem eram os integrantes” do grupo que investigava Aécio.
Este é o centro da questão.
Crédito
Carta Capital